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Artigo: A validação de um trabalho conjunto

17/09/2025

Autor: Compliance

É com grande honra e um profundo senso de responsabilidade que me dirijo às empresas associadas ao SICEPOT-RS, para expressar minha imensa gratidão pela confiança que mais uma vez foi depositada em meu nome. Iniciar este terceiro e último mandato à frente do SICEPOT-RS, de acordo com os estatutos de nossa entidade, é um privilégio que recebo com a mesma paixão e dedicação do primeiro dia.

Mais do que uma reeleição, vejo este resultado como a validação de um trabalho conjunto, construído com o esforço de cada um de vocês, que acredita em um SICEPOT-RS cada vez mais forte, representativo e atuante.Vamos trabalhar nos próximos dois anos pelo associativismo, na busca do atendimento das demandas de interesse do Rio Grande do Sul. Como estado periférico, o RS depende do transporte de matérias-primas de outros estados, e isso remete para o custo logístico do estado, um dos mais elevados da Federação. Precisamos de portos, de ferrovias, de rodovias, de hidrovias, de plataformas multimodais. Hoje, o que vemos é claramente um déficit na infraestrutura do RS. O Porto de Rio Grande está ao sul do estado, o que depende de um modal hoje deficiente, que é a ferrovia e que está operando com apenas com 931 km, de um total da capacidade instalada de 3.823 km. Hoje, de Cruz Alta para Rio Grande, o percurso é feito a 12 km por hora, o que fica atrás até mesmo de um ciclista.

A verdade é que estamos muito atrás na logística. De acordo com o ranking de sustentabilidade do Centro de Liderança Pública (CLP), o qual é uma organização suprapartidária, o RS situa-se no 11º lugar em infraestrutura e em terceiro na Região Sul. Nos próximos anos, o estado vai precisar mobilizar-se para tornar-se competitivo, e isso irá demandar muito trabalho. Nessa linha, é preciso destacar o papel agregador das entidades que são grandes fomentadoras de desenvolvimento econômico e social, o que remete para a importância do associativismo, ainda mais em um contexto geopolítico altamente desafiador.

Além da urgência em infraestrutura, enfrentamos um ambiente político cada vez mais polarizado. Projetos importantes, que poderiam impulsionar o desenvolvimento, muitas vezes são barrados por divergências ideológicas. Essa “guerra” é um atraso, e as entidades como a nossa têm o dever de buscar um ambiente mais arejado, onde o mérito dos projetos prevaleça sobre a cor partidária.

A situação fiscal também nos preocupa. A União gasta mais do que arrecada, o que se traduz em mais impostos para quem produz. Somado a isso, as mudanças no sistema tributário e a crescente insegurança jurídica criam um cenário de incerteza, que desestimula investimentos.

No caso do Rio Grande do Sul, o ano de 2027 se aproxima como um período de grandes dificuldades. O estado voltará a pagar sua dívida e ainda terá de desembolsar, do seu caixa único, valores robustos em função de um termo de ajuste de conduta, firmado junto ao Ministério Público. Esse cenário exige uma gestão pública eficiente e, mais do que nunca, a participação ativa da sociedade civil.

É por isso que o associativismo se torna a nossa maior força. Juntos, com outras entidades representativas, podemos alçar voos maiores e dar voz aos interesses de quem, de fato, faz a economia gaúcha girar. A frase: “Juntos, a gente chega mais longe” não é apenas um lema, é a estratégia que nos guiará nos próximos dois anos. Conto com o apoio de todos para construirmos o Rio Grande do Sul que queremos.

Rafael Sacchi – Presidente do SICEPOT-RS – Revista INFRA-RS ed. 10

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