O Fórum de Mineração de Agregados (FMA 2025), organizado pelo Sindibritas e Agabritas, iniciou suas atividades na quarta-feira (12), no espaço da sede do Sistema FIERGS. O encontro reuniu profissionais do setor mineral, autoridades governamentais, acadêmicos e lideranças empresariais para abordar os principais obstáculos e potencialidades relacionados à extração de agregados no contexto do Rio Grande do Sul. O evento estruturou-se em seis eixos temáticos, enfatizando questões centrais como proteção do meio ambiente, avanços tecnológicos, crescimento das áreas urbanas, marcos regulatórios e os reflexos da reestruturação do sistema tributário na indústria.
Durante a abertura, Nilto Scapin, que ocupa a presidência do Sindibritas e Agabritas, ressaltou a relevância do setor para o desenvolvimento econômico e o bem-estar social. “Somos o alicerce que permite o avanço, a evolução e o bem-estar coletivo, constituindo a fundamentação de tudo que se produz. Sem nós, a sociedade não funciona”, declarou. Scapin também depositou esperança de que o encontro funcionasse como um espaço de inspiração, troca de conhecimento e networking. “Que deste espaço surjam iniciativas inovadoras, relacionamentos estratégicos e, principalmente, uma perspectiva diferente sobre nossa atuação neste cenário de mudanças contínuas. Cooperando, podemos converter dificuldades em possibilidades, inovação em ganhos concretos e responsabilidade ambiental em contribuição duradoura”, projetou.
O executivo Eduardo Rodrigues de Freitas Machado, membro da liderança da Federação das Indústrias do Estado do RS (FIERGS) e futuro presidente do Sindibritas e Agabritas — que será empossado em cerimônia formal na quinta-feira (13), penúltimo dia do evento — explicou a essência desta edição do Fórum, pensada para fomentar uma plataforma de troca, integração e conscientização. “A programação foi elaborada considerando as pautas prioritárias para o setor de agregados, com apresentações que explorassem alternativas para nossa atuação no âmbito institucional e para aprimorar nossas operações. Nos próximos dois dias, contaremos com a presença de profissionais especializados, representantes do poder público e protagonistas empresariais, que compartilharão análises fundamentais para enfrentarmos coletivamente os entraves e aproveitarmos as possiblidades que emergirão das conversas entre nossos painelistas. Por isso, além de ouvir, destaco a necessidade do engajamento direto de cada participante”, apelou Machado.
Representando a liderança do Sistema FIERGS, Claudio Bier, o diretor Rafael Sacchi — que também preside o Sicepot-RS — sublinhou o peso estratégico que a mineração de agregados possui para a prosperidade regional e do país. Conforme indicadores apresentados por ele, a indústria é responsável por 56% da receita do ICMS estadual, estando totalmente conectada ao setor de recursos minerais. “Nenhuma atividade produtiva se estabelece sem uma base estrutural adequada, e toda base estrutural demanda minerais extraídos, como britas e areias para construção, além de minérios de relevância econômica”, comentou. Sacchi reafirmou que o segmento mineral está presente em múltiplos ramos da economia, sendo imprescindível tanto para o fortalecimento da malha produtiva quanto para a geração de valor e competitividade no mercado.
Ao tratar das consequências da reforma tributária, o executivo alertou que a alteração no sistema de coleta de impostos e a supressão dos subsídios fiscais demandarão alocação ainda maior em infraestrutura, totalmente ligada aos minerais agregados. “É imprescindível debater conservação ambiental e o manejo apropriado de nossos ativos, reconhecendo que o Brasil possui uma das mais ricas e plurais estruturas de recursos minerais e fontes energéticas do globo. Se não fortaleçamos o parque industrial e não entendermos o setor de minerais para construção como fundamental para diminuir despesas operacionais, reduzir custos de transportes e, por consequência, baixar preços ao consumidor final, não alcançaremos o patamar de nação desenvolvida que perseguimos, com economia controlada e preços acessíveis”, finalizou.
Entre as instituições de alcance nacional que compareceram, figurou Victor Hugo Bicca, que dirige a Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção (Anepac), e Roger Romão Cabral, responsável pela Agência Nacional de Mineração (ANM), que informou participar do Fórum com o propósito de identificar formas de otimizar a performance da instituição nas concessões e no monitoramento. “O Estado gaúcho possui um acervo considerável de depósitos minerais e reservas, e precisamos transformar isso em ganhos econômicos. O segmento mineral vive um momento estratégico e não podemos negligenciar este cenário, sendo o RS um ator determinante nesse processo”, comentou.
Também integraram a cerimônia de inauguração do Fórum a prefeita interina de Porto Alegre, Comandante Nádia, a secretária responsável por Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos na capital, Fernanda Barth, e a coordenadora do setor de Mineração da Fepam, Andrea Garcia de Oliveira.
Fonte: FIERGS
Foto: Daniele Alves Seade
